Por Pedro Canuto
Quando nasci em 1981, já era um projeto de torcedor. Filho de jornalista esportivo, tive meu destino praticamente selado desde o meu parto.
Haveria de ser ponta direito, jornalista ou amante do futebol. Talento em campo, nunca tive. Como jornalista, preferi ser publicitário. Como amante de Futebol, descobri o Vasco da Gama.
Surgiu como pura magia. Desde os 5 anos de idade frequentava o Estádio Rei Pelé de Alagoas. Sempre na mesma cadeira logo abaixo da tribuna de imprensa, aonde meu pai no alto de seus 1,94m ficava com um olho no campo, anotando atenciosamente cada passe, cada drible, produto em abundância na época até para os modestos CRB e CSA de Alagoas. E com o outro olho ficava a espionar cada lance que seu filho peralta e inquieto, quase uma bomba relógio de proporções diminutas na época.
Era impossível ver-me parado e/ou concentrado com algo. Era um menino danado. Hiperativo (para quem não sabe do que se trata, pode clicar no link). Mas, apenas uma coisa funcionava melhor que calmante ou babá para segurar aquele menino incontrolável feito trem.
O futebol.
Naqueles 90 minutos no Rei Pelé, mais conhecido como Trapichão, era completamente dominado. Não sabia ler ainda, mas já decorara a escalação do CRB sem dificuldades.
Até então, futebol para mim, era assistir um jogo no Trapichão. Já era vascaíno, mas quando o amor aflorou, foi aos 8 anos de idade que por acaso, assisti a final do campeonato de 1989. Gol de Sorato.
Cresci cada dia mais apaixonado. Um casamento perfeito. A grandeza do Vasco me enchia ainda mais de orgulho. A rivalidade com o Flamengo e o domínio sobre o flu e o botinha nos anos 80 e 90. Colecionei grandes nomes e craques do futebol mundial com a cruz de malta colada no peito.
Lembro em 1992 quando o Vasco disputava a copa do Brasil contra o CSA lá em Alagoas. Meu ídolo era Bebeto e com ele, o menino, quase adolescente ainda guardava um amor infantil pelo Vasco. Amor este que permanece igual até hoje, intacto.
Naquela ocasião, conheci o Bebeto e ele prometera dar-me a camisa do jogo. Cumpriu com sua palavra e com a camisa ainda suada, a assinou e me deu como presente. Presente este que guardo até hoje. Sem a assinatura, por um descuido da funcionária de minha casa, mas o sentimento pelo presente é como se tivesse sido tatuada no meu couro vascaíno.
Pude ver o Vasco ganhar tudo que disputou, conhecer novo ídolos e vi com meus próprios olhos, todos os jogos transmitidos do Vasco naquele fantástico ano de 1997. Vi o melhor jogador do mundo de 1997 vestindo e marcando muitos gols com a armadura sagrada de São Januário. Edmundo!
Pra mim não importa que o eleito pela FIFA tenha sido o Ronaldinho. Ele foi um dos maiores astros da história. Mas em 1997, ninguém no mundo jogou mais bola que o Edmundo. E eu vivi todo esse tempo.
Vi um sujeito apaixonado pela cruz de malta, talvez o mais apaixonado entre todos, confundir amor por poder, coragem por imposição e esquecer que um clube é de seus sócios e torcedores e não próprio. Vi tornar-se de um grande dirigente a um péssimo ditador.
Já acreditei até que Jr Baiano e Odvan eram craques e que o Romário tinha amor pela camisa vascaína. Acreditei com toda aquela atenção que fazia o menino danado e hiperativo parar, ouvir, ver e sentir a emoção do futebol; em todo o esplendor de uma concentração inexplorada, até então, de que o Vasco é maior do que tudo e todos. Honrei meu amor assistindo todos os jogos in loco que a distância me permitiu e o bolso pode pagar. Ignoro os maus agouros e as ironias que a vida me apronta.
Afinal existe ironia maior do que ver um gigante se apequenar. Hoje no alto dos meus 1,97, um gigante diante da média nacional quero me sentir novamente pequenino e ver apenas o futebol com o encanto de uma paixão. Esfuziante. Entorpecente.
Porque é preciso ignorar técnica e brilhantismo. Ignorar a história que conheci. Esquecer toda aquela glória que vivi, para somente assim, com toda coragem que ainda me resta e com todo amor que sempre hei de ter, poder parar tudo da minha vida e sentar para assistir uma partida do meu Vasco de hoje.
Desde quando meu coração pulsou e vibrou em 89, mudei quem eu era, assim são os amores, capazes de nos transformarem em pessoas melhores. Tomara que o meu amor seja capaz de fazer um Vasco melhor.
E quando aquela criança viu um drible findando em gol, nunca mais fui o mesmo. Que o Vasco volte a ser o mesmo.
É com toda essa paixão que ainda mantenho o sorriso, mesmo assistindo o pior time do Vasco que meus olhos insistem em ver e meu coração insiste em ignorar a dor que me atinge.
“Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”. ( Cyro Aranha )
Quando nasci em 1981, já era um projeto de torcedor. Filho de jornalista esportivo, tive meu destino praticamente selado desde o meu parto.
Haveria de ser ponta direito, jornalista ou amante do futebol. Talento em campo, nunca tive. Como jornalista, preferi ser publicitário. Como amante de Futebol, descobri o Vasco da Gama.
Surgiu como pura magia. Desde os 5 anos de idade frequentava o Estádio Rei Pelé de Alagoas. Sempre na mesma cadeira logo abaixo da tribuna de imprensa, aonde meu pai no alto de seus 1,94m ficava com um olho no campo, anotando atenciosamente cada passe, cada drible, produto em abundância na época até para os modestos CRB e CSA de Alagoas. E com o outro olho ficava a espionar cada lance que seu filho peralta e inquieto, quase uma bomba relógio de proporções diminutas na época.
Era impossível ver-me parado e/ou concentrado com algo. Era um menino danado. Hiperativo (para quem não sabe do que se trata, pode clicar no link). Mas, apenas uma coisa funcionava melhor que calmante ou babá para segurar aquele menino incontrolável feito trem.
O futebol.
Naqueles 90 minutos no Rei Pelé, mais conhecido como Trapichão, era completamente dominado. Não sabia ler ainda, mas já decorara a escalação do CRB sem dificuldades.
Até então, futebol para mim, era assistir um jogo no Trapichão. Já era vascaíno, mas quando o amor aflorou, foi aos 8 anos de idade que por acaso, assisti a final do campeonato de 1989. Gol de Sorato.
Cresci cada dia mais apaixonado. Um casamento perfeito. A grandeza do Vasco me enchia ainda mais de orgulho. A rivalidade com o Flamengo e o domínio sobre o flu e o botinha nos anos 80 e 90. Colecionei grandes nomes e craques do futebol mundial com a cruz de malta colada no peito.
Lembro em 1992 quando o Vasco disputava a copa do Brasil contra o CSA lá em Alagoas. Meu ídolo era Bebeto e com ele, o menino, quase adolescente ainda guardava um amor infantil pelo Vasco. Amor este que permanece igual até hoje, intacto.
Naquela ocasião, conheci o Bebeto e ele prometera dar-me a camisa do jogo. Cumpriu com sua palavra e com a camisa ainda suada, a assinou e me deu como presente. Presente este que guardo até hoje. Sem a assinatura, por um descuido da funcionária de minha casa, mas o sentimento pelo presente é como se tivesse sido tatuada no meu couro vascaíno.
Pude ver o Vasco ganhar tudo que disputou, conhecer novo ídolos e vi com meus próprios olhos, todos os jogos transmitidos do Vasco naquele fantástico ano de 1997. Vi o melhor jogador do mundo de 1997 vestindo e marcando muitos gols com a armadura sagrada de São Januário. Edmundo!
Pra mim não importa que o eleito pela FIFA tenha sido o Ronaldinho. Ele foi um dos maiores astros da história. Mas em 1997, ninguém no mundo jogou mais bola que o Edmundo. E eu vivi todo esse tempo.
Vi um sujeito apaixonado pela cruz de malta, talvez o mais apaixonado entre todos, confundir amor por poder, coragem por imposição e esquecer que um clube é de seus sócios e torcedores e não próprio. Vi tornar-se de um grande dirigente a um péssimo ditador.
Já acreditei até que Jr Baiano e Odvan eram craques e que o Romário tinha amor pela camisa vascaína. Acreditei com toda aquela atenção que fazia o menino danado e hiperativo parar, ouvir, ver e sentir a emoção do futebol; em todo o esplendor de uma concentração inexplorada, até então, de que o Vasco é maior do que tudo e todos. Honrei meu amor assistindo todos os jogos in loco que a distância me permitiu e o bolso pode pagar. Ignoro os maus agouros e as ironias que a vida me apronta.
Afinal existe ironia maior do que ver um gigante se apequenar. Hoje no alto dos meus 1,97, um gigante diante da média nacional quero me sentir novamente pequenino e ver apenas o futebol com o encanto de uma paixão. Esfuziante. Entorpecente.
Porque é preciso ignorar técnica e brilhantismo. Ignorar a história que conheci. Esquecer toda aquela glória que vivi, para somente assim, com toda coragem que ainda me resta e com todo amor que sempre hei de ter, poder parar tudo da minha vida e sentar para assistir uma partida do meu Vasco de hoje.
Desde quando meu coração pulsou e vibrou em 89, mudei quem eu era, assim são os amores, capazes de nos transformarem em pessoas melhores. Tomara que o meu amor seja capaz de fazer um Vasco melhor.
E quando aquela criança viu um drible findando em gol, nunca mais fui o mesmo. Que o Vasco volte a ser o mesmo.
É com toda essa paixão que ainda mantenho o sorriso, mesmo assistindo o pior time do Vasco que meus olhos insistem em ver e meu coração insiste em ignorar a dor que me atinge.
“Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”. ( Cyro Aranha )
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