quarta-feira, 7 de março de 2018

Pequena Crônica – A monotonia de uma insônia – 7 de Março de 2018


Pequena Crônica – A monotonia de uma insônia – 7 de Março de 2018
Manhã cedo. A luz natural do astro rei ainda não deu as caras, meu sono é interrompido de súbito no momento em que eu não queria. De minha alcova insone observo o telhado de quarto sem nenhum sinal de luz, apenas um filete de luz de um abajour ilumina minhas pupilas míopes. Numa guinada de cabeça de leste a oete faz com que meus olhos se encontrem a luz vermelha de xênon do rádio relógio, os numerais marcam quatro horas e nove minutos, volvo meu olhar em direção oposta ao rádio relógio e vejo na penumbra minha consorte jazida profundamente nos braços de Morfeo. O rádio de pilhas jaz sobre o lado direito da cabeceira de minha cama, estendo o braço e alcanço este companheiro das insônias que me acompanham ao alongo dos anos. Meu companheiro de solidão trás notícias de lugares longínquos, de amores mal sucedidos, de vida e de morte.

O tempo passa e o sono não vem, nas frestas do telhado de meu quarto surge um filete de luz natural denunciando a aurora que se anuncia, o chilrear estridente  da passarada  denuncia mais ainda o novo dia. O rádio continua ligado, só que agora ele não trás mas notícias, neste exato momento ele toca uma velha canção do Johnny Rivers – a canção fala em perca de sentimento em relação ao amor. De fato as pessoas parecem não se amarem mais!

As horas avançam e o silêncio é quebrado pelo ensurdecedor barulho de despertador de minha senhora, após o barulho ela ressona e se espreguiça, olha para mim com cara de espanto e me deseja bom dia, nesse ínterim sou forçado a me por de pé maquinalmente num átimo, mais um dia monótono e sem maiores novidades, um novo dia de nova faina repetida Neste repetido dia .concordarei com alguns, discordarei de muitos e assim será mais um dia comum, entre expedientes burocráticos de um amanuense comum que cumpre religiosamente seu horário de burocrata do tempo.