6 de Fevereiro - Pequena
crônica – Alhures
Uma das práticas que mais encantam as pessoas é conhecer
lugares desconhecidos, lugares nunca vistos e nem situados dantes. E para se
deslocar, a depender da distância, faz-se necessário a utilização de
semoventes. Eu na minha limitação para tal apropriação enfrento bastante
dificuldades para tal. Mas hoje é mais fácil ver virtualmente as várias
paisagens (urbanas ou não) mundo a fora. E é isto que eu faço nas raras horas
de ócio que me são gratuitas. Hoje eu perambulei por ruas tortuosas de alguma
urbe Brasil afora. (Não citarei que cidade é esta e muito menos qual bairro).
Como citado, as ruas e vias urbanas são tortuosas e sem nenhum planejamento
urbanístico. Nenhum traço de enxadrezamento da construção das ruas, vielas,
becos e alamedas. Percorro
aleatoriamente as ruas sem me preocupara com os prédios ou paisagens naturais
que cruzarão meu caminho. Há prédios de vários pavimentos sem nenhum rigor de
engenharia ou arquitetura. Verdadeiros monstrengos que parecem que cairão a
qualquer momento. Há um largo e uma praça pública mal assistida pela máquina
estatal. Campeiam por lá os invisíveis sociais que o sistema econômico/político
produziu. Há uma birosca pouco espaçosa que tem mesas e cadeiras na calçada
atrapalhando os transeuntes do local. Há uma igreja onde poucos fiés foram
flagrados a esta hora da manhã ( suponho que o registro fotográfico foi numa
manhã de sol!). O espaço urbano se expande de forma infinda e eu cesso meu
passeio virtual.
As horas avançam, minhas obrigações do lar precisam ser
cumpridas. Preciso cumprir horas e tarefas para ser um eterno escravo do tempo.
Preciso planejar as lides diárias desta semana que começará daqui a poucas
horas. Consulto o aplicativo de mensagens para saber a que horas a moça da loja
de secos e molhados o consultou pela última vez. Já é um tempo razoável desde
da última vez. Estico a vista e aprecio um pequeno morro que fica ao fundo do
meu quintal. Preciso voltar a rotina, preciso voltar a normalidade imposta.
Hoje é mais um dia no calendário. Tudo se deu num átimo e eu comprei tudo isto
sem dinheiro.
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