quinta-feira, 29 de abril de 2010

Não vou nem inventar muito, mas reproduzirei um poema de bastante densidade da poetisa mineira ADÉLIA Luzia PRADO de Freitas, intitulado de ' O Amor no Éter" . Desde a primeira vez que fiz a leitura desse poema concreto que fiquei deveras impresionado;reproduzo a seguir:

O Amor no Éter

Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.

(Adélia Prado)


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